
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e projeções de consultorias mostram que a renda média dos brasileiros cresceu e houve redução no percentual de pessoas em condição de pobreza em 2024, com cerca de 8,6 milhões de pessoas saindo dessa condição e os índices de pobreza e extrema pobreza atingindo patamares mais baixos em mais de uma década.
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Por outro lado, a perspectiva de ascensão social efetiva, ou seja, a mudança de classes econômicas ao longo do tempo, permanece baixa. Segundo o levantamento citado, embora alguns indicadores econômicos melhorem, a maioria das pessoas de baixa renda continua em empregos de baixa produtividade e remuneração, o que limita a mobilidade econômica ao longo da vida.
Especialistas ressaltam que esse cenário não é exclusivo do Brasil: em estudos recentes, apenas cerca de 10,8% dos adultos das famílias mais pobres conseguem ascender significativamente na escala de renda nacional ao longo da vida, o que evidencia uma mobilidade social ainda restrita no país.
A pesquisa também aponta que, mesmo com dados positivos sobre emprego e renda, as tensões estruturais — como desigualdade persistente, concentração de renda e menores oportunidades educacionais e profissionais para as camadas D e E, continuam a dificultar a melhora real das condições de vida.
Economistas e pesquisadores afirmam que políticas públicas de transferência de renda, educação qualificada e programas de inclusão produtiva são essenciais para transformar melhorias de curto prazo em avanços reais na qualidade de vida das famílias de baixa renda. Ainda assim, essas medidas enfrentam desafios de escala e eficácia diante de desigualdades históricas no Brasil.
Contexto
Em 2024, o Brasil alcançou indicadores de renda e pobreza que não eram vistos há décadas, com redução significativa da extrema pobreza e da desigualdade, em parte impulsionados por políticas sociais e crescimento econômico no pós-pandemia. No entanto, a diferença nos níveis de renda entre os mais ricos e os mais pobres ainda é grande, e o avanço econômico para as camadas mais vulneráveis ainda depende de mudanças estruturais mais profundas no mercado de trabalho e nas políticas públicas.

