
Um estudo recente publicado na prestigiada revista Neurology acende um alerta para a saúde na terceira idade: a insônia crônica em idosos está diretamente associada a um risco elevado de declínio cognitivo. Segundo a pesquisa, a dificuldade persistente em dormir pode causar um impacto equivalente a quase quatro anos extras de envelhecimento cerebral.
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O levantamento acompanhou 2.750 adultos (média de 70 anos) por quase seis anos. Os dados revelam um cenário preocupante para quem sofre com o distúrbio:
- Prevalência: 16% dos voluntários sofriam de insônia crônica (dificuldade para dormir ao menos 3x por semana durante 3 meses).
- Risco Elevado: Esse grupo teve 40% mais chances de desenvolver comprometimento cognitivo leve ou demência.
- Impacto: O desgaste cerebral observado foi comparável a 3,5 anos adicionais de envelhecimento biológico em relação a quem dorme bem.
Exames de imagem detalhados mostraram que a falta de sono deixa “rastros” físicos no cérebro:
- Placas Amiloides: Maior acúmulo dessas proteínas, que são a principal característica da doença de Alzheimer.
- Substância Branca: Presença de mais lesões na rede de fibras nervosas que conecta as diferentes partes do cérebro.
Especialistas da Harvard Health explicam que, durante o sono profundo, o cérebro ativa o chamado “sistema glinfático”, uma espécie de sistema de limpeza que remove toxinas e resíduos metabólicos. Sem esse processo, as toxinas se acumulam, danificando os neurônios e prejudicando a consolidação da memória.
Embora o estudo não prove que a insônia causa o Alzheimer, ele demonstra que o sono de má qualidade é um sinal de alerta precoce. Médicos reforçam que tratar a insônia na terceira idade não é apenas uma questão de conforto, mas uma estratégia fundamental para preservar a saúde mental e a autonomia dos idosos.

