
Uma pesquisa recente realizada pela Associação Brasileira de Planejadores Financeiros (Planejar) em parceria com o Datafolha revela um paradoxo no comportamento do consumidor brasileiro: embora viajar seja o maior desejo de consumo de 76% da população, a viabilidade financeira para realizar esse sonho ainda é restrita a uma minoria.
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O estudo demonstra que a confiança financeira para planejar uma viagem de grande porte está diretamente ligada ao nível de instrução:
- Ensino Superior: 46% sentem-se aptos a custear uma viagem.
- Ensino Fundamental: O índice cai para 34%, evidenciando como a barreira da renda limita o acesso ao lazer.
Os dados também expõem uma diferença marcante na autonomia econômica entre homens e mulheres no Brasil:
- Homens: 51% afirmam ter condições financeiras para viajar.
- Mulheres: Apenas 37% sentem-se preparadas financeiramente. Essa disparidade de 14 pontos percentuais reflete a persistente desigualdade salarial e o peso maior das responsabilidades domésticas no orçamento feminino.
Especialistas em finanças pessoais ressaltam que, com a alta nos custos de passagens e hospedagem, o planejamento antecipado tornou-se a única via para a classe média e baixa. “Transformar o desejo em realidade exige um orçamento carimbado para o lazer, algo que ainda é um desafio em um país com alto endividamento”, apontam analistas.
Mesmo com as limitações, a busca por experiências segue impulsionando o turismo doméstico. Neste verão, milhões de brasileiros priorizam destinos nacionais mais acessíveis, buscando equilibrar o desejo de viajar com as restrições do bolso.

