
Em 2025, o Brasil registrou um desperdício de aproximadamente 20% da energia renovável passível de aproveitamento, conforme dados do setor elétrico nacional. Essa perda decorre, primordialmente, de cortes operacionais e limitações da rede de transmissão, que não foi capaz de absorver a totalidade da produção das fontes solar e eólica.
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Esse fenômeno, tecnicamente denominado curtailment, ocorre quando a geração supera a demanda instantânea ou a capacidade de escoamento da rede. Nessas situações, o Operador Nacional do Sistema (ONS) determina o desligamento temporário de usinas para garantir a estabilidade do sistema, impedindo que a eletricidade chegue aos consumidores. Em 2025, tais interrupções pressionaram o fluxo financeiro de projetos renováveis, resultando em perdas superiores a R$ 6 bilhões ao longo do ano.
Especialistas indicam que o desperdício está diretamente associado à expansão acelerada da geração renovável sem a devida contrapartida na infraestrutura de transmissão e armazenamento. Além disso, há um descasamento temporal: a oferta atinge seu ápice em horários de baixa demanda, como no meio do dia para a fonte solar.
Embora o Brasil seja um destaque global, com mais de 80% de sua matriz elétrica composta por fontes limpas (hidrelétrica, solar e eólica), o aumento da produção intermitente evidencia a urgência de soluções estruturais. Segundo pesquisadores, o fortalecimento da rede de transmissão, o investimento em sistemas de armazenamento (baterias) e a criação de mecanismos para equilibrar a oferta e a demanda são passos fundamentais para mitigar perdas e consolidar a transição energética no país.

