
O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) alertou que é preciso cautela no escoamento da energia renovável gerada no Ceará, onde a produção supera a capacidade de transmissão, e que isso pode pressionar o sistema e até exigir cortes; a situação deve persistir até 2029.
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Segundo o Plano da Operação Elétrica de Médio Prazo do ONS, o excesso de geração de energia eólica e solar no Ceará tem sido mais do que a rede consegue escoar — o que acarreta a necessidade de interrupções controladas de produção para não sobrecarregar o sistema de transmissão.
Esse mecanismo, conhecido tecnicamente como curtailment, ocorre quando há mais oferta de energia renovável do que linhas disponíveis para levá-la aos centros de consumo.
Entre 2021 e 2025, milhões de megawatts-hora deixaram de ser injetados na rede por causa dessa limitação, o equivalente ao consumo de milhões de residências.
O documento do ONS indica que novas linhas de transmissão e compensadores síncronos, que ajudam a regular tensão e estabilidade da rede, estão previstos até 2029, mas que, até lá, restrições à geração podem continuar para prevenir riscos elétricos maiores.
O atraso na expansão da capacidade de transmissão tem, ainda, impactos econômicos: usinas renováveis enfrentam prejuízos quando são obrigadas a reduzir a produção, e há preocupações sobre a atratividade de novos investimentos no setor até que o problema seja resolvido.

