Escoamento na região é suficiente para encher anualmente 299.062 cisternas de 16 mil litros / Divulgação

O dia 22 de março é marcado como o “Dia Mundial da Água”, data que reforça a preservação desse bem para a vida humana.

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Um estudo recente da empresa LimnoTech comprovou que a Reserva Natural Serra das Almas, localizada entre Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI), apresenta um benefício volumétrico total da água de 4.785 ml/ano, com base na média anual do escoamento evitado.

Segundo pesquisa, há um escoamento evitado de 4.7 bilhões de litros de água, o que equivale ao abastecimento anual de 299.062 cisternas de placa com capacidade de armazenamento de 16 mil litros cada uma.

De acordo com o coordenador técnico da Associação Caatinga, Samuel Portela, o dado evidencia a retenção da água seja nos solos alimentando os lençóis freáticos ou atuando no controle da umidade na Caatinga durante as secas anuais.

“A retenção de água pelas plantas auxilia na manutenção da temperatura através da evapotranspiração, mantendo o clima na caatinga mais ameno e agradável”, complementa.

Portanto, para o especialista, é preciso pensar e agir para proteger o bioma que é rico em biodiversidade e auxilia na suficiência de milhões de nordestinos.

“É de suma importância discutir a relação da água com a Caatinga, pois esse bioma oferece uma série de serviços ecossistêmicos essenciais para a qualidade de vida das populações e pouca gente sabe disso”, detalha Portela.

Preservar é preciso
A Caatinga foi retratada historicamente apenas como um ambiente seco, onde predominava a escassez de água.

No entanto, contrariando estereótipos, o domínio da Caatinga é habitado por uma surpreendente variedade de espécies.

O bioma abrange nove estados do Brasil, o que equivale a cerca de 10,1% do território nacional e 53,49% da região Nordeste. Ademais, cerca de 28 milhões de pessoas vivem nesse ambiente.

É a relevância desses dados que dá suporte à hipótese científica de que a Caatinga é a floresta semiárida mais biodiversa do mundo.

Em busca de preservar o bioma, a Associação Caatinga desenvolve o projeto No Clima da Caatinga (NCC), que tem o patrocínio da Petrobras, por meio do Programa Petrobras Socioambiental.

O NCC atua no semiárido brasileiro desde 2011 e seu objetivo é diminuir os efeitos do aquecimento global por meio da conservação do semiárido, tendo como base central a Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), que conta hoje com 6.285 hectares.

Segundo o coordenador geral da Associação Caatinga, Daniel Fernandes, o projeto implementa uma estratégia única, denominada Modelo Integrado de Conservação da Caatinga, que estimula o desenvolvimento sustentável de mobilidades da Serra das Almas.

“Esse modelo envolve 4.000 famílias de 40 comunidades em projetos socioambientais, reconhecendo a importância de vincular a convivência com o semiárido à geração de renda e ao progresso local”, explica Fernandes.

Nesse modelo, são feitas instalação de tecnologias sociais de captação e reuso de água, bem como saneamento rural.

Segundo o ambientalista, essa ação promove saúde e bem-estar para as famílias assistidas.

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