
O União Brasil decidiu nesta quarta-feira, 8, punir o ministro do Turismo, Celso Sabino, por continuar no governo do presidente Lula (PT), mesmo após o partido anunciar, no mês passado, o rompimento com a gestão petista.
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A legenda abriu um processo de expulsão, que será analisado pelo Conselho de Ética em até 60 dias, dissolveu o diretório estadual do Pará — controlado por Sabino — e afastou o ministro de todas as atividades partidárias, incluindo a executiva e o diretório nacional.
A decisão foi tomada durante reunião da executiva nacional, convocada pelo presidente do partido, Antônio Rueda. Sabino compareceu ao encontro e reafirmou que permanecerá no governo, alegando que está diretamente envolvido com a organização da COP30, marcada para ocorrer em 2025 no Pará, seu reduto eleitoral.
“Estamos a 30 dias da COP30, a maior reunião diplomática do mundo. Não é hora de interromper o trabalho. Vou permanecer pelo bem do povo do Pará”, declarou Sabino.
Ele também afirmou que acredita que o governo Lula representa “o melhor projeto para o país” e disse que pretende disputar as eleições de 2026, deixando o ministério antes do prazo de desincompatibilização.
Presente à reunião, o governador de Goiás e pré-candidato à presidência, Ronaldo Caiado (União Brasil), criticou duramente Sabino, chamando sua atitude de “imoralidade” e dizendo que o ministro está “fazendo o jogo do PT”.
“Soldado do Lula e do União Brasil ao mesmo tempo? Isso é inadmissível”, afirmou Caiado.
Além de Sabino, o PP também puniu o ministro do Esporte, André Fufuca, nesta quarta. Ele foi afastado da direção nacional do partido e da presidência da legenda no Maranhão, após se recusar a deixar o governo Lula. O presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI), reforçou que o partido “não faz parte do governo e não tem afinidade ideológica com ele”.
Sabino está licenciado do mandato de deputado federal pelo Pará desde 2023, quando assumiu o Ministério do Turismo no lugar de Daniela Carneiro.