
Jargão econômico, “precificar” significa que impactos e desdobramentos futuros já estão sendo considerados no presente.
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Quem é Erivaldo Carvalho
Na política, o sentido é semelhante. Aqui também há uma espécie de antecipação de resultados e repercussões.
Isso pode ser bom ou ruim. Vejamos como essa lógica se aplica às eleições do ao que vem no Ceará.
Do lado governista, o Palácio da Abolição deverá estruturar a mensagem principal em cima dos resultados da gestão Elmano de Freitas (PT).
A narrativa das entregas do governo Lula no Ceará reforçarão a ideia de que o alinhamento político com Brasília é vantajosa para o Estado.
O desfile de aliados pedindo voto para Elmano – provável candidato à reeleição -, e a força da máquina, propriamente dita, farão o restante.
Os gargalos também estão considerados, a exemplo da grave crise na segurança pública e desafios na saúde estaduais, entre outros.
Percebem como tudo isso pode ser previsto? É aí, inclusive, por onde entram os índices de intenção de voto – geralmente, uma média geral dos pros e contras.
Oposição
Na oposição não é diferente. Peguemos a eventual candidatura do ex-ministro Ciro Gomes (PSDB) ao Abolição. Alguns itens já estão na conta.
De um lado, temos a imagem de um personagem com experiência política e de gestão, com aparente coragem para enfrentar problemas como a criminalidade.
Ex-ministro de Lula, Ciro converteu-se em antipetista. Como tal, galvaniza o sentimento de quem é contra o lulopetismo no Ceará. Dependendo do olhar, é um ativo.
Do lado negativo, salta aos olhos o temperamento instável de Ciro Gomes. Ele perde uma eleição, mas não perde a oportunidade de acionar a metralhadora verbal.
Assim como do lado governista, a opinião pública cearense coloca tudo na balança. É isso o que afere as intenções de votos do provável candidato tucano.
Agora, a parte não menos importante: nas duas trincheiras, governo e oposição, de prancheta na mão, já estudam formas de potencializar o que lhe interessa e minimizar focos de desgaste.
E fazer, exatamente, o contrário com o adversário. Ou seja, criticar o que pode render votos e explorar todos os defeitos possíveis do oponente.
A propósito de precificar e com o perdão do trocadilho, montar tais estratégias é o papel dos muito bem pagos consultores políticos.
Boa semana a todos.
A Coluna Erivaldo Carvalho é publicada às segundas, quartas e sextas-feiras.
