No último mês de outubro, aqui foi dito que a oposição ao governo Elmano de Freitas (PT), com Ciro Gomes no PSDB, tinha um nome, mas faltava um plano. Íntegra aqui.
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Quem é Erivaldo Carvalho
Esse ponto terá cada vez mais importância, na hipótese de o tucano entrar, efetivamente, na disputa eleitoral do ano que vem.
Politicamente, já está posto que parte das forças opositoras no Estado – assim como no País -, tem em comum a meta de retirar o PT do poder.
É a sintonia com esse aparente sentimento coletivo de fadiga antipetista que explica parte do potencial eleitoral de Ciro, captado pelas pesquisas.
Mas, quando a campanha começar de verdade, isso pode ser insuficiente – além de levantar a seguinte questão:
Com Ciro governador, qual o plano de voo do Ceará a partir de 1º de janeiro de 2027?
Responder com arrogância vazia não parece ser uma opção viável.
Na última rodada de entrevistas, Elmano elencou uma série de resultados do governo dele, numa espécie de ensaio comparativo.
Certamente, esse será um dos motes da estratégia de comunicação da campanha à reeleição do petista.
Inescapável a esse debate, o eventual candidato a governador pelo PSDB será cobrado – se não tiver um -, a apresentar um bom planejamento.
Antes e por óbvio, serão necessários diagnósticos profundos, área a área, do governo estadual, e o que será proposto para o lugar, se for o caso.
Alguém poderá argumentar que ter um plano de governo consistente não define eleições – vide últimos resultados.
Sim e não – e lembremos que a briga será contra uma máquina azeitada, com muitos defensores e projeto em andamento.
Poderá haver um momento do embate em que o governo ficará martelando entregas e anunciando avanços.
Num cenário do tipo, Ciro precisará ser igualmente propositivo, para muito além do tom verbal corrosivo que costuma adotar contra adversários.
Cobra-se um plano a Ciro, mas para sermos justos, o ex-presidenciável sempre se destacou por apresentar as melhores propostas para o País.
Abolição
O governador Elmano também terá riscos, inerentes à condição de provável candidato à reeleição.
Exemplo: querer vender ações de governo que o eleitorado já se sente no direito de ter e/ou receber.
É erro estratégico esperar reciprocidade eleitoral de quem substituiu a gratidão pela ideia de merecimento.
O PT gasta cada vez mais dinheiro em transferência de renda, benefícios sociais e programas de inclusão – e mesmo assim não consegue sair das cordas.
Tudo somado e considerado, as eleições estaduais no Ceará em 2026 terão ingredientes emocionais e racionais.
A vitória sorrirá para o lado que melhor preparar a receita.
RÁPIDAS
– Maior grupo partidário do País, federação União Progressista é grande aquisição governista.
– Ex-prefeito Roberto Cláudio e ex-deputado Capitão Wagner ficarão no União Brasil?
– Com campeões de voto para deputado, vários partidos procuram as chamados ‘buchas boas’.
– R$ 61 bi em emendas: ser congressista no Brasil, definitivamente, virou um grande negócio.
Boa semana a todos.
A Coluna Erivaldo Carvalho é publicada às segundas, quartas e sextas-feiras.